top of page

RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CR NIAL EM CÃES

  • Prof. Danilo Marques
  • 14 de mai. de 2015
  • 3 min de leitura

As artropatias são doenças freqüentes na clínica cirúrgica de pequenos animais. A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCC) é uma afecção freqüente do joelho de cães e por não se regenerar após a ruptura existe a necessidade de estabilização da articulação para evitar ou retardar a ocorrência da doença articular degenerativa.

A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCC) é uma das principais causas de claudicação do membro posterior em cães. As causas da RLCC é a linfocítica plasmocítica, trauma, ângulo da articulação do joelho muito aberta, doenças hormonais como o hipotiroidismo, idade avança e obesidade.

joelho 2.png

imagem 1.png

O RLCCr pode acometer qualquer raça e idade mas os animais de grande porte (acima de 20 Kg) como Rottweilwer, Mastim Napolitano, Chow-Chow, Pit Bull, Labrador Retriever, São Bernardo, Akita e American Staffordshire terrier.

O principal sinal clínico de animais com RLCC é a claudicação com a incapacidade súbita de suportar o peso no membro lesionado e mantêm-no em um ângulo de maior flexão apoiando somente os dígitos no chão durante o movimento, devido à dor.

O diagnóstico da RLCCr é clínico através do teste de gaveta cranial e deslocamento tibial cranial para confirmação, o histórico clínico é importante assim como radiografias, utilizadas como suporte para confirmar/quantificar o grau de doença articular degenerativa e avaliação da angulação do platô tibial. Atualmente a ecografia do joelho, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética são utilizados com meio de diagnóstico da RLCCr.

As técnicas intra articulares visam a reconstrução anatômica do ligamento rompido através do uso de implantes naturais, autólogos ou não; ou sintéticos. As técnicas extra capsulares visam a estabilização mecânica da articulação através de implantes sintéticos ou naturais, acoplados em posição diferente do trajeto anatômico do LCCr, neutralizando os movimentos bloqueados pelo ligamento íntegro.

Recentemente, as osteotomias proximais de tíbia têm ganhado popularidade no tratamento da RLCC. Através de estudos sobre biomecânica chegou-se ao conceito de estabilização dinâmica, as osteotomias promovem a eliminação do deslocamento tibial cranial, alcançado através de procedimento cirúrgico por alteração da geometria óssea na tíbia proximal.

As técnicas extracapsulares de menor complexidade para realização, menor manipulação dos tecidos e menor tempo cirúrgico. A estabilização articular é promovida pela formação de fibrose peri-articular, devido prevenir o movimento cranial da tíbia e a lesão dos meniscos. Essa técnica pode ser realizada através de fio não absorvíveis monofilamentoso como nylon e proliprobileno; fios não absorvíveis multifilamentosos como poliéster.

Outra técnica extracapsular utilizada é fascia lata, que tem o mesmo principio do fio, mas é utilizado material autógeno (fáscia lata) evitando rejeição do implante e proporcionando boa estabilidade articular.

joelho 1.png

O avanço da tuberosidade tibial (TTA) altera a dinâmica da articulação do joelho por meio da osteotomia longitudinal da tuberosidade da tíbia. Durante a fase de apoio, com a articulação em extensão de 135º, o platô da tíbia forma um ângulo de 105º com o tendão patelar. Após a TTA o tendão patelar adquire um ângulo próximo a 90º em relação ao platô da tíbia proporcionado alteração nos vetores de força que agem no joelho e evitam o descolamento cranial da tíbia.

joelho 2.png

A Osteotomia de Nivelamento da Meseta Tibial (TPLO) é a principal e mais utilizada para o tratamento da RLCCr. O objetivo dessa técnica é reduzir o ângulo da platô tibial para aproximadamente 5o, através de uma osteotomia radial logo abaixo do platô tibial e depois utilização de uma placa óssea compressiva especifica.

joelho 3.png

Muitas técnicas são descritas para o tratamento do ligamento cruzado cranial nos cães, portanto não existe uma técnica ideal. A escolha da técnica depende de vários fatores como valor do platô tibial. O tratamento não evita o desenvolvimento de doença articular degenerativa, mas sua progressão ocorre de forma mais lenta.

Independente da técnica utilizada no pós-operatório é realizado o controle da dor. Outras medicações utilizadas são antimicrobianos e anti-inflamatórios não esteroidais.

O paciente que realizam as osteomomias tende a apoiar o membro em curto período de tempo pós-operatório.

A principal complicação com utilizado a técnica da fáscia a lata é a ruptura do enxerto. Quando utilizado a técnica do fio as principais complicações são inflamação a capsula articular, o fio romper ou ficar frouxo causando instabilidade do joelho e fístula cutânea.

A taxa de sucesso nas osteotomias é de 85 a 90%, mas complicações são encontradas em 14,8 a 37% doa casos e incluem infecção da ferida cirúrgica, osteomielite (infecção óssea), falhas do implante, seroma, remoção da placa óssea e parafusos, fratura de tíbia, luxação de patela.

As principais vantagens das osteotomias são rápido retorno a função do membro, tempo cirúrgico relativamente curto e a manutenção da articulação do joelho.

Se ainda houver dúvidas sobre algo que foi dito no texto, fale comigo e vamos debater!


 
 
 

Comments


Destaque
Verifique em breve
Assim que novos posts forem publicados, você poderá vê-los aqui.
Tags
bottom of page